2º Domingo da Quaresma

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28
fev
2º Domingo da Quaresma


  • Às 10h00, no Bom Pastor: Festa do Pai-Nosso (2.º Ano da Catequese).


  • Às 15h00, na Cripta: Convívio do SPJ.


  • Às 18h00, na Igreja de Santa Rita: Canto de Vésperas.


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QUARESMA: TEMPO DE CONVERSÃO


Bento XVI presidiu, na passada Quarta-Feira, à celebração eucarística na Basílica de Santa Sabina em Roma, assinalando assim a abertura do tempo santo da Quaresma. Nessa celebração ele próprio recebeu na cabeça as cinzas, porque todos os membros da Santa Igreja, do Papa ao último dos fiéis, são “penitentes” e precisam de se converter. Na homilia, o Santo Padre falou do sentido deste tempo litúrgico. Destacamos:
 
 
As palavras da liturgia que abrem, de algum modo, todo o itinerário quaresmal colocam como seu fundamento a omnipotência do amor de Deus, o seu absoluto domínio sobre todas as criaturas, que se traduz em indulgência infinita, animada por uma constante e universal vontade de vida. De facto, perdoar a alguém equivale a dizer-lhe: não quero que morras, mas que vivas; quero sempre e só o teu bem!


Esta absoluta certeza sustentou Jesus durante os quarenta dias passados no deserto da Judeia, depois do baptismo recebido de João no Jordão. Aquele longo tempo de silêncio e de jejum foi para Ele um abandonar-se completamente ao Pai e ao seu desígnio de amor; foi em si mesmo um “baptismo”, isto é, um “mergulhar” na Sua vontade e, neste sentido, uma antecipação da Paixão e da Cruz. Penetrar no deserto e lá permanecer demoradamente, só, significava expor-se voluntariamente aos assaltos do inimigo, o tentador que fez cair Adão e por cuja inveja a morte entrou no mundo (cf. Sab 2, 24); significava travar com ele a batalha em campo aberto, desafiá-lo sem outras armas a não ser a confiança ilimitada no amor omnipotente do Pai. Basta-me o teu amor, alimento-me da tua vontade (cf. Jo 4, 34): esta convicção habitava na mente e no coração de Jesus durante a sua “quaresma”. Não foi um acto de orgulho, um empreendimento titânico, mas uma opção de humildade, coerente com a Incarnação e o baptismo no Jordão, na mesma linha de obediência ao amor misericordioso do Pai, que “amou de tal modo o mundo que lhe deu o Filho Unigénito” (Jo 3, 16).

Tudo isto o Senhor Jesus o fez por nós. Fê-lo para nos salvar e, ao mesmo tempo, para nos mostrar o caminho para o seguir. […] Seguir Jesus no de-serto quaresmal é condição necessária para participar na sua Páscoa, no seu “êxodo”. Adão foi expulso do paraíso terrestre, símbolo da comunhão com Deus; agora, para voltar a esta comunhão e, portanto, à verdadeira vida, a vida eterna, é preciso atravessar o deserto, a prova da fé. Não sozinhos, mas com Jesus! Ele – como sempre – precedeu-nos e já venceu o combate contra o espírito do mal. Eis o sentido da Quaresma, tempo litúrgico que em cada ano nos convida a renovar a escolha de seguir a Cristo no caminho da humildade para participar na sua vitória sobre o pecado e sobre a morte.

Nesta perspectiva se compreende também o sinal penitencial das Cinzas, que são impostas sobre a cabeça de todos os que começam com boa vontade o itinerário quaresmal. É essencialmente um gesto de humildade, que significa: reconheço-me naquilo que sou, uma criatura frágil, feita de terra e destinada à terra, mas também feita à imagem de Deus e a Ele destinada. Pó, sim, mas amado, plasmado pelo seu amor, animado pelo seu hálito vital, capaz de reconhecer a sua voz e de lhe responder; livre e, por isso, capaz também de lhe desobedecer, cedendo à tentação do orgulho e da auto-suficiência. Eis o pecado.

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CONVERSÃO: VOLTAR-SE PARA DEUS


Na Sé do Porto, coube ao nosso Bispo assinalar a entrada na Quaresma com a Eucaristia e a imposição das cinzas. Destacamos, da sua homilia:


A conversão não se faz em relação a uma ideia vaga, nem a um projecto apenas, a um melhor comportamento que fosse. Mas ao próprio Deus, e “de todo o coração”, correspondendo – ainda que em paupérrima medida – à totalidade com que o Deus vivo sempre nos procura e interpela.


Ou ainda, com o Apóstolo igualmente ouvido, falando aos coríntios como agora a nós: “Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus”. Consciência clara tinha Paulo de que só isso lhe era pedido e aos seus interlocu-tores com ele: coadunar inteiramente, em espírito e acção concreta, a nossa vida com o amor de um Deus que nos procura até ao fim, até ao último reduto da nossa resistência, ao último recanto do nosso pecado.


Essa procura divina a que Paulo alude, sabemos bem qual é, ou antes que rosto teve e tem. Teve nome e figura, chamou-se Jesus Cristo. […] Urgia, de facto, e hoje talvez mais, que a todos fosse dito e demonstrado, em vidas convertidas, que por longe que estejamos de Deus e de tudo, há um caminho aberto de retorno e progresso na recriação das vidas. O caminho que o próprio Deus “percorreu” ao nosso encontro, quando em Cristo fez da grande distância a maior coincidência.

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